segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Diário.



















Nada mais que um diário, que todas as noites, vai sendo preenchido por textos ou frases soltas. Guardado na mais profunda e secreta gaveta, que espera pelo final do dia, momento que sentirei sua mão sobre mim, escrevendo como foi seu dia, se chorou, se sorri, e tudo que fez. Sei do seu primeiro beijo, amores, medos e fantasias, da música que te faz lembra uma velha paixão; resumindo: eu sou o refúgio dos seus pensamentos.   Porem, isso já não me satisfaz; quero andar na sua mochila acompanhando e participando das suas historias, ouvir você afirmar que sou importante, que me quer sempre ao seu lado; para mim tudo isso é confuso, não sei explicar como esse sentimento surgiu, mas ele está aqui dentro, escondido na contracapa e páginas encharcadas, não quero mais ser apenas seu ouvinte, e por diversas vezes já deixei pistas nos seus rabiscos do meu desejo. Sei que não posso exigir nada de você, desde o principio estava clara a minha função e eu concordei, mas nem todas as coisas acontecem como planejamos e, esse amor foi uma delas, então a única solução é te pedir liberdade, preciso encontrar alguém que necessite de um livro em branco e do qual deseje construir uma história em conjunto; sei que não será fácil, pensarei muitas noites nos seus toques e sua voz suave, mas preciso ir em busca do meu complemento. Adeus amigo! Tentarei sanar essa cobiça por você e, levarei comigo cada palavra e segredo como uma demonstração de um dos mais raros sentimentos: a confiança.

2 comentários:

  1. "... não quero mais ser apenas seu ouvinte, e por diversas vezes já deixei pistas nos seus rabiscos do meu desejo."

    Olha o inconsciente aí. Adorei o texto, Gleison. Super enigmático.

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  2. Fazia tempo que não vinha aqui. Estou orgulhosa, "filhote". Vá vivendo e escrevendo. Muito bom, mesmo, seus escritos! Beijos de mãe postiça meio ausente, mas orgulhosa.

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